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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ne-yo - Mad legendado

Ne-yo - Mad legendado

Não permita que os aborrecimentos da vida retirem de seus labios as palavras de amor para a pessoa amada

Filtro Solar (Sunscreen)- Pedro Bial

Nesta manhã

Tive uma noite ruim... um sentimento de insatisfação... fraqueza.... incertezas... sentimentos que ofuscaram meu olhar... mas esta manhã ao acordar percebi a importância deste ato... abrir os olhos pisar os pés no chão caminhar e acreditar que as coisas ainda podem sim dar certo...

Acreditei mais uma vez no amor... na beleza da vida, na vontade de lutar pelo que quero e acredito, e que meus problemas insatisfações e incertezas são passageiros assim como alegria tbm é
"Não ha mão que sempre dure, nem bem que nunca se acabe".

Não existe vida feliz ou triste... a vida é feita de momentos bons e ruim e a diferença é o valor que damos a estes momentos...

Portanto nesta manhã, acordei acreditando que... Os bons momentos, aquele que nos trazem o sorriso, que nos alegram alma... merecem ser guardados para alimentar a vontade de viver quando nós estamos passando por momentos de tristeza...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Não sabes crianças? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.

Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,

Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro

Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!

Meu Deus! As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,

Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...

Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos

N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepita!

Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.

Castro Alves
A geração romântica

Como a série Crepúsculo reformulou, para os adolescentes de hoje,
o ideal do amor romântico – aquele ancorado num laço sublime,
e não no desejo carnal

Um homem difícil de encontrar
É nas telas do cinema – ou melhor, em Edward, o vampiro-galã de Lua Nova – que a estudante Mariane Rodrigues Monteiro, de 14 anos, busca inspiração para o seu próximo e tão sonhado romance. "Espero ser tratada como Bella – com proteção, respeito e responsabilidade. Toda mulher sonha encontrar alguém de jeito doce e cativante. Alguns meninos até tentam alcançar essa perfeição, mas quem consegue?", diz.


Ah, o amor... Como diria o compositor Cole Porter, até "moscas bem-comportadas" se apaixonam. Mas, ao contrário das moscas, que conhecem uma única dança de acasalamento, o homem desenvolveu mil maneiras de expressar culturalmente essa emoção. O amor romântico foi uma de suas invenções mais notáveis. Sim, invenção, como demonstram fartamente críticos e historiadores. "Ele nasceu no Ocidente, muito ligado a obras de arte, e projeta uma relação especial entre duas pessoas, mais sublime e menos pautada pelo desejo sexual", diz William Reddy, professor de história e antropologia cultural da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e especialista nesse tema. Ao longo de séculos, a literatura teve um papel fundamental na criação da ideia de amor romântico. Os trovadores medievais foram os primeiros, nas delicadas cantigas que dedicavam às damas da corte. O conceito se cristalizou no século XIX, no movimento propriamente batizado de romantismo. O livro-marco é Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, história de uma paixão tormentosa e não consumada. Mais do que retratar um comportamento já disseminado, Werther levou toda uma geração de jovens a sentir o mundo em seus termos (o efeito colateral indesejável foi a epidemia de suicídios que varreu a Europa – já que esse era o destino do protagonista). Algo semelhante se observa atualmente em torno da saga vampiresca Crepúsculo. Os quatro romances da escritora americana Stephenie Meyer, e os dois filmes até agora baseados neles, deram a senha para que o espírito romântico de adolescentes e pré-adolescentes abrisse suas largas asas na era carnal do "ficar".

Os protagonistas de Crepúsculo com-põem um casal incomum (e, se você não sabe, convenhamos, é porque é um pai ou uma mãe demasiado ausente): uma jovem meio desajeitada, Bella, e um vampiro espectralmente belo e apaixonado, Edward, que move, se não o sol, ao menos a lua e as estrelas por sua amada. Na trama, o morto-vivo tem mais de 100 anos e, portanto, é cavalheiro como o homem de antigamente. Apesar do desejo incontrolável (Edward é perdidamente atraído pelo cheiro da amada), ele não avança o sinal vermelho: sua família abdicou do sangue humano. No cinema, Bella é interpretada pela atriz Kristen Stewart, enquanto o vampiro-gato com jeitão de estrela de rock ganhou as feições do ator Robert Pattinson. As meninas enlouquecem quando ele surge na tela. Todas são um pouco Bella, a mocinha de beleza simples e humana, mas capaz de atrair o coração imortal. Todas querem um Edward para chamar de seu.


Todos querem ser eles
Edward e Bella, os protagonistas de Lua Nova: a saga do vampiro e da mortal arrebata os jovens corações

Por trás do sucesso de Crepúsculo não está nem a boa literatura nem a qualidade dos filmes – que agradam só ao público a que se dirigem. O pulo do gato da autora Stephenie Meyer foi combinar, de maneira muito eficaz para consumo adolescente, os principais elementos da tradição romântica: o amor devotado e imortal, que atravessa tormentas e não precisa se consumar no sexo; o homem que protege, salva, cuida, espera... Está tudo ali, para ler e ser visto, com força suficiente para libertar o romantismo de uma geração de adolescentes que aparentemente (e só aparentemente) parecia desprezá-lo. "Garotos e garotas participam de uma espécie de corrida, para ver quem beija mais ou quem fica mais", diz a psicanalista Diana Corso. "Mas há também o movimento inverso, a busca por um amor em que eles possam se sentir desejados."

Com a revolução sexual dos anos 60, muitos acreditavam que o amor romântico teria chegado ao fim – como se ele fosse somente o efeito colateral de séculos de condenação do desejo pelo cristianismo. "Depois da década de 80, no entanto, o amor romântico teve uma volta significativa", diz o professor Reddy. "Acho que é porque o desejo não é suficiente para estruturar uma vida e pode até se tornar tedioso quando exercitado sem nenhuma rédea." Uma vida cheia de namorados e namoradas é exaustiva, impessoal, solitária. Os efeitos de Crepúsculo se dão sobre uma geração que tem próximos de si exemplos desse tipo de comportamento. Justamente por isso, pode ser mais conservadora em relação a valores morais e à instituição do casamento, como mostra, por exemplo, uma pesquisa sobre o pensamento dos jovens realizada neste ano, no Brasil, pelo instituto Research International. "É como se eles vissem no casamento um ato de heroísmo, dadas as dificuldades que presenciam na vida real dos pais em criar filhos e manter um casamento de longo prazo", diz o professor Reddy.



Juntos para sempre

No romance adolescente há sempre a promessa de amor eterno. Giulianna Gaspareto, de 15 anos, e Pedro Garcia, de 14, já se conheciam havia alguns meses quando rolou o primeiro beijo. A data é comemorada todo dia 7, desde aquela tarde de sábado, em fevereiro. Três meses depois, Pedro pediu dinheiro ao pai e comprou alianças de compromisso. "Quando ela viu os anéis, seus olhos brilharam", lembra Pedro. No Orkut de ambos, mensagens do tipo ‘juntos para sempre’ e ‘eu te amo, meu bebê’. Além dos bilhetinhos virtuais, eles trocam cartas de amor, escritas a mão, como antigamente. "Ele escreve coisas tão lindas...", derrete-se Giulianna

Os quatro livros da série Crepúsculo venderam 85 milhões de exemplares no mundo. No Brasil, foram 2,9 milhões. Os dois filmes renderam juntos 1 bilhão de dólares. A saga escrita por Stephenie Meyer continua a arrebatar os jovens corações com o segundo filme da série, Lua Nova, que teve uma estreia arrasadora nos cinemas do país. Só no fim de semana de seu lançamento, no final do mês passado, levou 1,4 milhão de espectadores às salas de exibição. E já faturou 40 milhões de reais no Brasil. Ah, o amor... "Que move o sol e as estrelas", segundo Dante Alighieri; "A ferida que dói e não se sente", nos versos de Luís de Camões; "É cego e os amantes não podem ver as deliciosas loucuras que eles cometem", de acordo com William Shakespeare. É muito provável – infelizmente, quase certo – que os adolescentes que alimentam esse sucesso jamais tenham lido uma dessas linhas clássicas sobre o amor. Mas o espírito que transpira dos versos imortais, de um romantismo que, em diferentes medidas, a tudo abarca e suplanta, está bem vivo no seu coração.

Delicado e perigoso
Bruno Fraga Teixeira é um daqueles adolescentes que cultuam filmes e séries sobre vampiros. "Os da saga Crepúsculo são especiais, perfeitos", diz ele. "São vampiros discretos e têm classe, o que é uma fonte de inspiração para mim." No romance entre Bella e Edward, o que o atrai é um amor delicado e ao mesmo tempo perigoso. "Edward é o predador e mesmo assim ele resiste aos seus instintos selvagens em nome do amor. É o romance perfeito. Com todos os perigos que rondam, ele oferece a ela total proteção. Acho que esse é o sonho de todos os homens"

Com reportagem de Daniela Macedo e Gabriella Sandoval
Quero

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 19 de agosto de 2010